sábado, 9 de abril de 2011

CONVENIÊNCIA RURAL - III

José Marques Furtado
09/04/2011
O Desenvolvimento das Potencialidades Produtivas Rurais situadas na Região do Semiárido Nordestino passam por diversos fatores, que entre tantos, destacamos, inicialmente a Fruticultura Irrigada, cultivada pelos Agricultores Familiares e que tem sido reconhecida por suas qualidades e aceitação dos produtos no mercado - Local, Regional, Nacional e Mundial. Isto em decorrência do poder nutricional que as têm.

Somos possuidores de verdadeiras espécies frutíferas e a diversificação dessas pode abastecer as demandas de mercados em seus diferentes níveis, com suficiência e garantia estratégica de produtos para o consumo in natura e industrializado, através de um sistema produção programada.

O Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE é sem dúvida um contribuinte indispensável para absorção e inclusão dos produtos frutíferos da agricultura familiar. Visto que no artigo 14, da Lei 11.947/2009 determina que no mínimo 30% dos recursos destinados a alimentação escolar seja adquirido produtos oriundos da agricultura familiar.

Para atender esse mercado devem-se organizar sistema de produção programático, produzindo frutas com o poder nutricional compatível as exigências e deficiências nutricionais da população escolar. Atendendo assim o que dispõe o cardápio alimentício das unidades escolares.

A região Semiárida possui uma diversidade de fatores contribuintes para o desenvolvimento produtivo, a exemplo de conhecimentos tecnológicos, solo, água, insolação e crédito rural, tendo estas e outras potencialidades dentro e fora das unidades produtivas. O que nos falta são compromissos e integração dos nossos agentes políticos, a exemplo de:

Uma política agrícola forte, segura e ousada, com recursos financeiros desburocratizados para investir com segurança e com retorno garantido;

Investimento em infra-estruturara, possibilitando uma malha viária com condições de escoamento da produção;

Construir Centro de Comercialização em cidades pólos com potencial produtivo;

Adequação dos sistemas de irrigação aos parâmetros técnicos recomendáveis, eficientes e de uso racional de águas e energia elétrica;

Subsídios as tarifas de energia elétrica, tomando como base o Programa Tarifa Verde que oferece uma redução de 73% (por cento) do custo da energia;

Abertura de crédito – financiamento as atividades produtivo aos Jovens Rurais, sem burocracia e dispensando a figura do avalista;

Construção de Agrovilas nas áreas de assentamentos e ou em Comunidades Rurais, evitando a dispersão das residências e construir o processo educativo no sistema de Comunidades de Aprendizagem;

Construção e instalação de Centros de Treinamentos e Capacitações para Técnicos, Produtores, Jovens Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares;

Construção de Unidades Escolares, Centros de Recreações e Lazer, propondo as condições básicas aos Jovens Rurais para cursar o ensino fundamental e médio profissionalizante. Fator indispensável para a socialização e fixação no meio rural;

Mais investimentos na Pesquisa e na Extensão Rural propondo melhores conhecimentos à transferência de tecnologia aos Agricultores Familiares;

Reativação e instalação de agroindústrias, visando agregação de valores aos produtos frutíferos e absorção da mão de obra disponível na região;

Proporcionar condições para criação de um patrulhamento agrícola motorizado e a tração animal, visando o preparo do solo para o plantio, obedecendo às condições técnicas propicias para tal fim;

Trabalhar o Turismo Rural e Religioso, potencialidades adormecidas até então, e trabalhadas gerarão emprego e renda a Juventude Rural;

Entre estas e tantas outras atividades e ações que podemos desenvolver em nossa região, demonstra que nossos municípios são viáveis e possui condições de sobrevivência próprias, basta a aplicação de políticas moralizadoras para o Desenvolvimento econômico e social com sustentabilidade gerando divisas para essa região semiárido.

Os nossos representantes políticos em sua maioria desconhecem o processo impulsionador do fator primário de nossa economia, razão justificada pela falta de atenção para com este tripé de sustentação do desenvolvimento.

Se os olhos da maioria de nossos políticos brilhassem com o reflexo do brilho de nossas potencialidades, certamente afloraria a diversificação de atividades produtivas geradoras de trabalho, renda e emprego. Descobriria o celeiro adormecido que nossos solos possuem e brotaria com certeza, a força, a coragem e a esperança, fatores alimentadores da fé dos nossos trabalhadores rurais para produzirem alimentos.

O País necessita de alimentos, a fruticultura como base das transformações e, através da agroindústria gerará riquezas e divisas para os municípios. Como fontes fecundas de riquezas, bastam simplesmente explorá-las. Os sertanejos são corajosos e acreditam no que faz, é preciso apoio e proporcionar a auto-estima, capacitando-os para o processo produtivo com abrangência a toda cadeia produtiva.

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