TURISMO RURAL

A EMERGÊNCIA DE UMA NOVA
OPÇÃO NO MEIO RURAL.

O sertão paraibano, em especial a região polarizada por Sousa, possui uma nova opção para o desenvolvimento sócio econômico e cultural. Sendo esta, a possibilidade de trabalhar o Turismo Rural, graça as mais variadas e diversificadas potencialidades decorrentes de suas fontes tradicionais, emergentes de fatores disponíveis em todo esse território sertanejo, oferecendo condições para geração de trabalho, emprego e renda. Obviamente necessita de apoio, interesse, visão e disposição de abraçar essa alternativa proporcionada pela natureza e de uma dimensão histórica para as gerações atuais e futuras.
A exploração agropecuária, tendo como base a agricultura familiar, a fruticultura irrigada, a pecuária de leite, todas proporcionando condições correlatas para agregar valor sócio, econômico e cultural, bem como alternativas fontes de conhecimentos populares, reservas atrativa direta ou indiretamente ao processo de desenvolvimento do turismo rural.
A sustentabilidade econômica e social para as famílias que sobrevivem nessa região castigada pelos fenômenos da seca, onde vive em constante processo de desruralização, notadamente, com índice elevado em relação à juventude rural, quadro este que pode ser revertido com investimento nessa nova opção de trabalho, o turismo rural, onde certamente assegurará essa juventude no seu habitat natural em condições de dignidade, perspectiva de emprego, renda e qualidade de vida.
Para tanto, é preciso quebrar paradigmas, recuperar culturas, melhorar conceitos e fortalecer as cadeias produtivas, implementando ações que viabilizem fatores atrativos aos que cultivam o conhecimento e a visão de uma vida melhor. Onde o brilho dos olhos, seja iluminado pelos reflexos dos sentimentos emocionais, culturais e históricos dos conteúdos programáticos de uma disciplina proposta pela natureza para graduação espiritual.
Somos ricos em potencialidades que trabalhadas podem conduzir a um turismo rural diversificado resgatando e ou construindo conhecimento histórico de gerações passadas e de uma formação continuada sobre nossas tradições culturais. Os exemplos de passados e atuais, citam-se:
Os Engenhos de Rapadura – em suas diversas modalidades, puxado a boi, a vapor, lenha, caldeira, motor diesel e atualmente a energia elétrica;
Casas de Farinhas – trabalho manual, através de prensas rústicas e a atual modernidade;
A nosso bioma construído por flora e fauna típicas, relevos de diversos níveis topográficos, com belas e extensas várzeas, reservas hídricas, superficiais e subterrâneas, bases de fortalecimentos e sobrevivência do semiarido;
O artesanato, oriundo da transformação e decoração de produtos regionais, a exemplo de: chapéu de palha, o abanador do fogão a lenha, a panela de barro, a corda de caroá, a canoa, a renda, o crochê e etc;
A pesca artesanal, através de tarrafas, galão, anzol, covos, landoar, nomes conhecidos na região;
A história do cangaço – o feiraço em Nazarezinho – PB;
Os rudimentares meios de transportes – cavalos, charretes;
As gravuras rubesticas em Vieirópolis;
O vale dos dinossauros com suas pegadas e trilhas nos municípios de Sousa, Uiraúna, São do Rio do Peixe, Santa Helena e Aparecida;
Os projetos de irrigação – Várzeas de Sousa, São Gonçalo e Lagoa do Arroz em Sousa/Cajazeiras/Santa Helena – PB;
Os laticínios transformadores da cadeia produtiva do leite bovino. Estes como exemplos de uma enorme diversidade que o turismo rural pode apresentar.
Diversidades não nos faltam, falta criatividade, competência, apoio, querer e, sobretudo coragem de resgatar nossas raízes. Recursos o governo federal nos proporciona, via financiamento, através do PRONAF e ou outras linhas de créditos. No entanto falta uma política de incentivo a base dos governos municipais com exclusão do clientelismo, mas com visão de geração de trabalho e renda, onde os atores principais para o desenvolvimento dessas ações seja a juventude rural.
Se buscarmos o estudo das visões de futuro, reavendo princípios históricos culturais do passado e que hoje se apresenta como fatos desconhecidos para novas gerações, concretizando sonhos e realizando estudos que possibilitem formar conceito e consciência histórica vivida. Seguramente resgataremos um passado com suporte para o futuro. Vejamos exemplos, com a desativação da malha viária Sousa – PB – Mossoró – RN, se tivessem reaproveitado os trilho férreo e montado uma malha viária com o trajeto, Sousa – Lagoa dos Estrelas – Vale dos Dinossauros – Riachão dos Anísios – Núcleo Habitacional I – São Gonçalo – Núcleo Habitacional II e III – Várzeas de Sousa e Sousa Sede. E, com a instalação de transportes alternativos adaptados, como ônibus, serviria como infra-estrutura base para um excelente turismo rural, e utilizando como transporte escolar em dias útil da semana. Somem-se a estes exemplos.
Para promover esse desenvolvimento rural sustentável, através da inserção de ações que fortaleça a diversidade de atividades que proporcione um complemento visual e conceitual para turismo rural dentro do processo de desenvolvimento da agricultura familiar, integrando suas ações de arranjos produtivos locais e regionais, fazem-se necessária realização de trabalhos de capacitação e organização do movimento comunitário, onde os valores patrimoniais e culturais sejam preservados e conservados.

Sousa – PB, 10 de setembro de 2009.